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 Pontos importantes o império Universal Romano-Cristão
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A queda do Império Romano do Ocidente e o aparecimento dos reinos bárbaros marcaram o fim da Antiguidade Clássica e o início de uma nova fase da História europeia – a Idade Média.
A identidade civilizacional da Europa Ocidental
Apesar de os diferentes reinos apresentarem uma organização do poder diversa e frágil e uma multiplicidade de crenças, o Cristianismo constituiu um fator de unidade desta diversidade de povos.
No século XI, deu-se uma separação na Igreja, dando origem à Igreja Católica e Igreja Ortodoxa. Esta cisão contribuiu para a divisão entre a Europa Ocidental e a Europa Oriental. Na margem SUL do Mediterrâneo, o Islão dominava devido às conquistas árabes.
Poderes e crenças – multiplicidade e unidade
A multiplicidade de poderes e crenças no espaço europeu teve origem nas profundas mudanças políticas sociais e económicas e que deram origem a três grandes conjuntos civilizacionais:
Império Romano do Ocidente e dos reinos bárbaros que lhe sucederam;
Império Bizantino [Oriente] – Antigo Império Romano o Ocidente
Islão.
Depois da queda do Império Romano do Ocidente, nas antigas províncias romanas, foram-se instalando diversos povos, sobretudo de origem germânica.
Da introdução desses povos no mundo romano nasceu uma sociedade original, onde se misturavam com as populações romanas e romanizadas.
Sob a ação evangelizadora de bispos e monges, o Cristianismo e o legado da cultura Greco-Romana penetraram nos reinos bárbaros, originando uma nova civilização europeia cristã.
O Império Bizantino permanecera uma importante referência política e cultural para a cristandade ocidental. O imperador Justiniano, no séc. VI, tentou reconstituir a antiga unidade imperial, reconquistando a Itália, o Norte de África, avançando até à Península Ibéria, para aí restabelecer a pax romana, no entanto fora atacado sucessivamente por vários povos. A cultura Bizantina, além de referência para a Europa Ocidental, influenciou o Islão e teve grande importância na integração dos Eslavos e povos da Rússia na civilização helénica e cristã.
Quanto ao Islão, os Árabes, sob a direção de Maomé pregara uma nova religião, o Islamismo. Conquistaram a África do Norte e ilhas mediterrâneas, de onde o império bizantino foi afastado. Muitos dos habitantes converteram-se ao Islamismo e passaram a integrar o exército, contribuindo para o alargamento do mundo muçulmano.
Assim, o contributo greco-romano, germano e cristão, fundindo-se em graus diversos, constituíram o fundo comum da civilização da Europa Ocidental.
Nova geografia política diversificada: impérios, reinos, senhorio e comunas
Os primeiros estados “bárbaros” eram monarquias. O poder político dos reis “bárbaros”, tinha como missão conduzir a guerra, não se apoiava na noção de Estado3, usual no direito público romano.
Quando os soberanos morriam, as partilhas dos reinos levavam a conflitos entre os herdeiros, que contribuíam para a fragilidade dos reinos e para a instabilidade de fronteiras.
No inicio do séc. IX houve uma primeira tentativa de restauração do Império Romano do Ocidente. A união territorial partiu de um dos mais fortes reinos da Europa Ocidental, o reino franco, chefiado por Carlos Magno. Depois da morte de seu filho, o Império Carolíngio foi, segundo o costume, partilhado pelos herdeiros.
Carlos Magno, após a conquista e vários territórios e da intervenção na Itália para defender o papado [ameaçado pelos Lombardos], fez-se coroar em Roma, pelo Papa, como imperador o Ocidente [800].
As disputas territoriais entre os herdeiros das zonas do antigo Império Carolíngio e novas investidas sobre a Europa (dos Normandos, Árabes e Húngaros), tornaram evidentes as dificuldades do poder central, entrando-se num período de instabilidade.
O enfraquecimento do poder central permitiu que os poderes públicos fossem transferidos para os grandes senhores locais.
Na Germânia, no séc. X, teve lugar uma nova tentativa de restaurar o Império do Ocidente, designando-se Sacro Império Romano-Germânico.
Em meados do século XIII, o prestígio do título imperial era grande, embora pouco eficaz.
A Europa cristã era constituída sobretudo por um conjunto de reinos autónomos, em que as relações de poder entre os reis, os grandes senhores nobres e o clero variavam conforme as circunstâncias históricas de cada região.
O proprietário (o senhor) concedia parcelas de terreno aos camponeses, os quais, em troca, lhe pagavam prestações em dinheiro, alimento ou trabalho.
O poder de mando do senhor – poder de Ban – traduzia-se essencialmente no poder militar e no de julgar e punir.
O senhorio enquadrava, assim, politicamente as populações que nele viviam.
O poder régio diminuiu face ao desenvolvimento do poder senhorial. O senhor substituiu-se ao rei no exercício de alguns poder soberanos.
O castelo era um centro de poder militar e económico, e também de poder político. Este exercia-se não só sobre os camponeses e artesãos que trabalhavam no domínio senhorial, mas também sobre as populações e pequena nobreza que viviam no senhorio.
A atividade económica predominante era a agricultura sendo por isso uma economia ruralizada.
O domínio senhorial era constituído:
Pela Reserva – Explorada diretamente pelo senhor;
Pelos Mansos – Pequenas parcelas de terras distribuídas aos camponeses.
Beneficiando da prosperidade económica dos séculos XI a XIII, as cidades foram as primeiras a reivindicar autonomia em relação a poder dos senhores das terras.
Como o poder pertencia aos grandes senhores, os habitantes das cidades procuraram obter dos senhores ou dos reis mais liberdade e os poderes necessários ao exercício das suas atividades.
Sociedade Feudal
Sociedade ruralizada com economia de subsistência onde a terra era a principal fonte de riqueza e de poder.
Os senhores (Nobres e Eclesiásticos) possuem a terra, têm poder militar e gozam de direitos senhoriais sobre a terra e os camponeses. Estes estavam ligados por RELAÇÕES DE VASSALAGEM.
Os camponeses (Livres e Servos) trabalham a terra, tinham obrigações para com o senhor e estavam sujeitos à justiça senhorial. Estes estavam sob a DEPENDEÊNCIA dos SENHORES.
Obrigações dos Colonos e Servos:
Renda – Imposto sobre a terra;
Corveia – Trabalhar para o senhor [2 a 3 dias por semana, da sementeira à colheita].
Banalidades – Imposto pelo uso obrigatório do forno, lagar e moinho do senhor.
Aposentadoria – Alojar e alimentar o senhor e comitiva, quando se deslocam.
Defendia a sociedade e participava no governo.
Surgiram guerras entre senhores [guerras privadas].
Privilégios:
Detentora de muitas terras;
Não pagava impostos;
Tinha tribunais próprios.
A igreja desempenhou um papel fundamental nesta época:
Símbolo de unidade num mundo dividido e em guerra;
Definiu muitas das regras seguidas pela sociedade civil;
Dominava a cultura e o ensino;
Dirigia a assistência [os hospitais estavam a seu cargo];
As suas riquezas davam-lhe poder;
Detentor de muitas terras;
No séc. X surgiu a Ordem Beneditina de Cluny e, no século seguinte a de Cister.
Recebia muitos impostos, tais como a dízima.
R
Senhor Feudal
elações Feudo-Vassálicas
Vilãos
Trabalhavam nos Mansos
Servos
Trabalhavam nas Reservas
A partir do séc. X, desenvolveu-se na Europa, uma prática antiga: a concessão dos feudos.
Feudalismo – Conjunto de laços pessoais que unem hierarquicamente os membros da camada dominante da sociedade.
O senhor tornava-se suserano, ao conceder um feudo a outro senhor, vassalo, em troca de certos serviços e de um juramento de fidelidade.
Obrigações do Suserano:
Conceder o feudo;
Dar proteção militar e administrativa da justiça;
Proporcionar sustento.
Ajuda militar e pecuniária (dinheiro)
Participar quando solicitado nas reuniões da Corte, a fim de prestar conselho.
A organização das crenças: o poder do bispo de Roma na Igreja ocidental
A Igreja desempenhara um papel extremamente importante junto das populações.
O Cristianismo iniciava um papel unificador da Europa Ocidental, levando a cidade de Roma um lugar privilegiado no que respeita à missionação.
O Bispo de Roma procurou impor-se como Chefe da Cristandade.
O papado6 encontrou diversas dificuldades tal como a divisão da Igreja em Igreja Ortodoxa e Igreja Católica.
O Papa Gregório VII afirmou que apenas o Papa, em nome de Cristo, tinha um poder absoluto e universal, estando este acima dos príncipes e que podia demitir quem não respeitasse os direitos de Deus e da Igreja. A estes princípios opuseram-se muitos reis e príncipes e, sobretudo os imperadores do Sacro Império Romano-Germânico.
E ste conflito evidenciou diversas divergências entre os imperadores e os papas. Estava em causa a definição da hierarquia entre os dois poderes.
No séc. XIII, o Papa Inocêncio III ordenou que todas as igrejas nacionais estavam submetidas à Santa Sé. Iniciou a centralização romana com o desenvolvimento da administração eclesiástica e da fiscalidade.
O reforço da coesão interna face a Bizâncio e ao Islão
Diversos fatores aliados ao crescimento da influência do papado, originou a afirmação da Cristandade ocidental, tanto perante o mundo bizantino como perante o mundo muçulmano.
Até à Idade Média, as Cruzadas deram aos Cristãos uma razão acrescida para a união, no combate contra os “inimigos da fé”.
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